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Leandro Guimarães: Por que se deve percorrer a rota digital em direção à Universidade Inteligente?

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As instituições de ensino estão sendo forçadas a realizar uma grande mudança devido a pandemia do novo coronavírus. Certamente, o processo de transformação foi acelerado em alguns anos, em decorrência da necessidade urgente do ensino ter que romper as barreiras geográficas, tecnológicas e a mais difícil, a barreira de costumes.

O ano de 2020 vem se mostrando um ano que certamente terá alguns capítulos nos livros de história. No final de 2019, algumas notícias de um novo vírus, em uma região da China não chegaram a transmitir para o mundo o tamanho do perigo e as mudanças que este ser microscópico iria forçar a acontecer. Até meados de fevereiro, o mundo continuava a discutir o termo “Transformação Digital” como algo importante para se pensar em um futuro longínquo. Utilizando a conceituação apresentada em The Alchemy of Growth (Mehrdad Baghai, Stephen Coley, and David White, The Alchemy of Growth, New York: Perseus Publishing, 1999), estudo este que fornece uma estrutura para as empresas avaliarem oportunidades potenciais de crescimento sem negligenciar o desempenho no presente. A transformação digital nas universidades estava sendo pensada ainda nos cenários H2 ou H3, sendo a H2 como os cenários que estendem o modelo de negócios e os principais recursos existentes de uma empresa a novos clientes, mercados ou destinos e os cenários H3 como a criação de novos recursos e novos negócios para aproveitar ou responder as oportunidades de interrupção ou combater interrupções. Apesar do estudo não utilizar a variável tempo como fator preponderante nas tomadas de decisão, nos horizontes 2 e 3, ele acaba sendo visto como médio e longo prazo, devido ao processo de análise de novos mercados. No momento em que o mundo foi obrigado a ficar em isolamento, o que se viu, em grande parte das instituições de ensino, foi um grande conflito metodológico e falta de ferramental apropriado para que os alunos continuassem o seu processo de aprendizagem, dado que não havia uma expectativa de retorno a curtíssimo prazo.

Este é o cenário atual, e o que aprendemos com isso?

As universidades possuem uma grande oportunidade em expandir os seus campi exponencialmente, utilizando a necessidade epidemiológica, que está obrigando todos a mudarem seus hábitos e comportamentos, como mola impulsionadora na transformação digital. É importante salientar que existem problemas de infraestrutura, que impedem que esta transformação seja rápida e indolor, e que deverão ser trabalhadas em conjunto com os governos, na forma de políticas públicas, auxiliando os alunos que não possuem o mínimo de infraestrutura para acompanharem as aulas de maneira remota, que o façam. Em paralelo, as universidades precisam se estruturar para que o processo educacional utilize ferramentas e metodologias inovadoras para que os alunos tenham a cultura de lifelong learning impressa em seus DNA’s. Fazer esta mudança em áreas tecnológicas, certamente é mais fácil do que em áreas onde tanto os alunos quanto os professores não possuem uma simpatia tecnológica nata, porém, é importante que o corpo docente seja capacitado nas novas tecnologias de aprendizagem, para que estes estejam preparados para motivar as novas gerações na busca por conhecimento.

Estamos chegando a um tempo onde o papel das universidades está sendo posto à prova, dado que 85% das profissões em 2030 ainda não existem, de acordo com o estudo Projetando 2030: uma visão dividida do futuro, encomendado pela Dell Technologies ao IFTF (Institute For The Future). Neste estudo, foram analisados os impactos do trabalho das máquinas integradas aos humanos até 2030. A pesquisa, que contou com a participação de 3.800 líderes de negócios de médias e grandes corporações em 17 países, incluindo países da América Latina, estima que 85% dos trabalhos que existirão em 2030 serão novos.

Como as universidades se prepararão para formar os profissionais em profissões que nem sequer existem?

De acordo com o artigo The 10 skills you need to thrive in the Fourth Industrial Revolution (https://www.weforum.org/agenda/2016/01/the-10-skills-you-need-to-thrive-in-the-fourth-industrial-revolution/), o que diferenciará os profissionais no futuro serão competências brandas, soft skills, como resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, inteligência emocional, dentre outras. Isto mostra que, quando tratamos de transformação digital, não queremos dizer apenas em sistematização de processos, queremos dizer em trazer inteligência para que os processos sejam executados de maneira mais eficientes. Algumas universidades, como a Universidade Brown (https://www.brown.edu/) nos EUA, estão modificando a forma de desenvolver os seus alunos, através de currículos abertos, onde os alunos podem escolher quais cursos participarão para montar o seu currículo, com isto, eles poderão ter uma visão mais generalista, participando de diversos cursos ou se aprofundando em um determinado tema, tudo sendo acompanhado por tutores e aconselhadores da própria universidade. Incluir algoritmos de inteligência artificial para que seja possível, de maneira preemptiva, identificar quais cursos um determinado aluno teria interesse de acordo com os seus colegas, seria uma grande transformação digital, pois traria eficiência no processo de formação dos alunos, diminuindo a evasão nos cursos.

Estamos sendo privilegiados em estarmos testemunhando este momento onde esta grande transformação de comportamento está acontecendo na sociedade e principalmente, estamos atuando como agentes transformadores para que as universidades se preparem cada vez mais para formar pessoas que transformarão o mundo.

Leandro Guimarães, Director Adjunto Escuela Superior de Redes, RNP, Brasil.

 

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